Bloco Cultural 07
O bloco cultural tá de cara nova, divulgando e
apresentando aos humildes leitores bandas antigas como novas bandas também,
como no caso dos Airados, já ouviram falar? Claro que sim, pois se não, se
interesse já!
A banda tem cara de
velha infância, mas trilha em torno de 3 anos, e 1 ano nessa formação que se
encontra hoje, com Rodrigo Espinola (guitarra), Joao Victor (guitarra), Michel
Laroni (baixo) e Gabriel Morais (bateria), e sim, todos cantam! Pouco comum em
bandas, mas se fosse comum não seria tão bom. O som simplesmente tem um toque
de rock antigo e ao mesmo tempo bem atual, segundo dizem, não pensaram em fixar
esse modelo na música deles, não foi predeterminado. Como muitos, eles adoram
bandas dos anos 60 e 70, como Beatles, Tutti-Fruti, Rolling Stones,
Mutantes, Byrds...Daí saiu uma mescla de um rock antigo, mas com letras atuais.
São uma banda atemporal, "na real", você se lembra a ultima banda que
conseguiu fazer um som atemporal? Além disso, conseguem repassar ao público
aquilo que eles realmente pensam, o que muitas outras não conseguem em anos de
carreira.
Cada detalhe da banda é o diferencial deles, como vocês viram na
foto do logotipo acima, nem parece ser de uma banda, muito diferente e ainda
podemos usar as camisas em qualquer lugar. Mas cá para nós, o diferencial mesmo
é uma banda pernambucana fazer um rock tão único, e ainda ter 3 preocupações
básicas para passar a sua música: fazer uma boa melodia que possa tocar as
pessoas, uma boa letra bem trabalhada e que não seja simplesmente “de palavras”,
e um bom arranjo coerente com a melodia e letra. Pensam que é complicado fazer?
Para eles não, tudo flui normalmente no dia a dia e eles simplesmente lapidam
até chegar a perfeição para seus ouvidos.
Com muita simplicidade e uma noção parecida com a do teatro
mágico, de que não importa fabricar e vender a música e sim espalhar
ela por todos os lugares, com a intenção de que todos ouçam e a sintam, então
que entre a internet, a pirataria, tudo que seja fácil e acessível às
pessoas que gostam e que ainda não conhecem . Eles estão invadindo cada vez
mais com sua música nas redes sociais. Sem contar o vídeo clipe da banda que já
conta com mais de 3 mil visualizações em mais ou menos 2 meses. Podem conferir
o vídeo aqui mesmo:
E para não perder o "fio da meada", tá ai uma boa entrevista e espero que tenha sido a primeira de muitas deles.
-Se consideram com sorte de hoje poder contar com a internet para
divulgação?
Michel Laroni: Sem dúvida nos consideramos com sorte sim! A internet hoje em dia é o único meio viável para artistas independentes.O grande problema da música independente é o escoamento da produção. acho que nunca tivemos tantas boas bandas na história do país. mas a divulgação é sempre pulverizada.
Rodrigo
Espinola: Bem, isso envolve toda uma questão da época e de mudança na forma de visão e de ação na música. Como eu venho falando posteriormente, antes as coisas eram diferentes, tinham mais bandas, menos divulgação por não ter internet, mas as pessoas eram mais atentas e tinham mais seletividade, hoje em dia a grande massa ouve de tudo e não procura conhecer de nada, então na minha opinião a internet veio pra ajudar demais a parada, mas não são todos que a usam da forma q se deve usar.
-Onde vocês se vêem e querem estar daqui há 10 anos?
Michel Laroni: Como conjunto , eu desejo que os airados daqui a 10 anos estejam juntos, se divertindo e tocando suas músicas pelo país e pelo mundo afora. desejo especialmente que nosso trabalho seja reconhecido pelo público e que possamos continuar compondo e nos expressando e com a musica poder tocar as pessoas. Porque Júlia, eu entendo a música não só como uma forma de entretenimento, uma diversão. Eu vejo a música como uma bela forma de transformação das pessoas.
-A questão família, apoiam ou discordam?
Michel Laroni: Toda família quer o
melhor para seus filhos. No início sempre ficam reticentes, desconfiados, mas
depois que as coisas começam a se mostrar viáveis, o apoio vem.
Joao Victor: Inicialmente, há muito tempo atrás, no fim da minha adolescência, quando comecei a tocar guitarra e algum tempo depois, havia uma grande resistência à idéia de viver de música. Nada mais natural e sensato, embora não conseguisse ver isso dessa forma naquela época. Mas as pessoas amadurecem, os projetos amadurecem, os que não tem consistência ficam pelo caminho, e o que sobra é algo mais concreto e essencial. Há algum tempo recebo todo o apoio possível para qualquer coisa dos Airados e minhas outras empreitadas musicais. Meus pais, tios, primos, irmãos todos adoram música e sempre estão presentes nos shows. Até minha sobrinha linda de 9 meses foi ao nosso show!
Rodrigo Espinola: Isso é um assunto complicado, aqui em casa meu pai "apoia" mas pq ele ja viu q não vai mudar muita coisa a forma de ele pensar sobre a musica, hoje ele tem apoiado cada vez mais, e sinto que cada vez mais que ele ve um retorno dos airados como o clipe q rolou no SBT ele vem acreditando mais, mas sempre foi um problema no passado, e sempre será até ele vir um retorno seguro, afinal de contas ele so teme a incerteza do ramo musical.
-Todos são pernambucanos, então o que vocês pensam sobre o cenário
musical pernambucano de hoje?
Gabriel Morais: O cenário pernambucano, em termos musicais e na minha opinião, é bastante carente de opções..Em termos por culpa das pessoas, que não valorizam bandas autorais e lugares novos como poderiam. Vemos bandas boas surgindo, com ideias legais e originais, mas sem sucesso por não ter público presente e constante. Consequentemente, a quantidade de shows é limitada, tornando a cena mais fraca.
Joao Victor: Acredito que nunca ouve tantas boas bandas, com estilos tão variados e interessantes. Psicodélicas, hardrock, "regional", black music, rock n roll... temos de tudo no nosso atual cenário. E a maior parte delas é incrivelmente competente e criativa. Infelizmente, os espaços disponíveis para apresentações regulares dessa atual cena, não é, nem de perto proporcional a quantidade de boas bandas, sérias e com grande potencial, que temos por aqui. E estou considerando Recife, a capital. Porque se formos considerar também as principais cidades do interior, aí é que a coisa fica impossível. Resumindo, temos muitas bandas incríveis mas pouquíssimos locais dispostos a apostar numa proposta nova ou afim de fomentar, verdadeiramente, o cenário musical independente.
- Vocês pensam em fazer algo envolvendo a nossa cultura?
Joao Victor: Espero que futuramente consigamos agregar elementos artísticos-culturais pernambucanos/nordestinos à nossa proposta artística. O baião, o maracatu, o côco, o repente, estão no nosso sangue, no nosso subconsciente. Nesse primeiro momento, seguimos naturalmente para uma sonoridade mais "rock universal", mas realmente espero que agreguemos à nossa produção artística elementos de nossa cultura, tanto nas composições musicais, quanto na estética visual. Adoramos Ednardo, Ave Sangria, Luiz Gonzaga, Nação Zumbi, Alceu Valença etc... Não vejo a hora desses elementos começarem a fluir de nossas cabeças...
É isso aí, gente. Para os que gostaram do som da banda: sortearemos dois CD's e uma camisa para vocês, os que tiverem interessados só precisam dar uma passada la no facebook, curtir a página da gente, curtir a página da banda e lá na nossa página, em um post específico que já já será publicado, dar ideias para um novo bloco de postagens aqui, usem a criatividade e boa sorte! Maiores informações serão dadas lá no facebook.
Muito Bom !
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