quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Bloco Cultural 07


            O bloco cultural tá de cara nova, divulgando e apresentando aos humildes leitores bandas antigas como novas bandas também, como no caso dos Airados, já ouviram falar? Claro que sim, pois se não, se interesse já!


banda tem cara de velha infância, mas trilha em torno de 3 anos, e 1 ano nessa formação que se encontra hoje, com Rodrigo Espinola (guitarra), Joao Victor (guitarra), Michel Laroni (baixo) e Gabriel Morais (bateria), e sim, todos cantam! Pouco comum em bandas, mas se fosse comum não seria tão bom. O som simplesmente tem um toque de rock antigo e ao mesmo tempo bem atual, segundo dizem, não pensaram em fixar esse modelo na música deles, não foi predeterminado. Como muitos, eles adoram bandas dos anos 60 e 70, como Beatles, Tutti-Fruti, Rolling Stones, Mutantes, Byrds...Daí saiu uma mescla de um rock antigo, mas com letras atuais. São uma banda atemporal, "na real", você se lembra a ultima banda que conseguiu fazer um som atemporal? Além disso, conseguem repassar ao público aquilo que eles realmente pensam, o que muitas outras não conseguem em anos de carreira.
  Cada detalhe da banda é o diferencial deles, como vocês viram na foto do logotipo acima, nem parece ser de uma banda, muito diferente e ainda podemos usar as camisas em qualquer lugar. Mas cá para nós, o diferencial mesmo é uma banda pernambucana fazer um rock tão único, e ainda ter 3 preocupações básicas para passar a sua música: fazer uma boa melodia que possa tocar as pessoas, uma boa letra bem trabalhada e que não seja simplesmente “de palavras”, e um bom arranjo coerente com a melodia e letra. Pensam que é complicado fazer? Para eles não, tudo flui normalmente no dia a dia e eles simplesmente lapidam até chegar a perfeição para seus ouvidos.
  Com muita simplicidade e uma noção parecida com a do teatro mágico, de que não importa fabricar e vender a música e sim espalhar ela por todos os lugares, com a intenção de que todos ouçam e a sintam, então que entre a internet, a pirataria, tudo que seja fácil e acessível às pessoas que gostam e que ainda não conhecem . Eles estão invadindo cada vez mais com sua música nas redes sociais. Sem contar o vídeo clipe da banda que já conta com mais de 3 mil visualizações em mais ou menos 2 meses. Podem conferir o vídeo aqui mesmo:


E para não perder o "fio da meada", tá ai uma boa entrevista e espero que tenha sido a primeira de muitas deles.

-Se consideram com sorte de hoje poder contar com a internet para divulgação?
Michel LaroniSem dúvida nos consideramos com sorte sim! A internet hoje em dia é o único meio viável para artistas independentes.O grande problema da música independente é o escoamento da produção. acho que nunca tivemos tantas boas bandas na história do país. mas a divulgação é sempre pulverizada.
Rodrigo Espinola: Bem, isso envolve toda uma questão da época e de mudança na forma de visão e de ação na música. Como eu venho falando posteriormente, antes as coisas eram diferentes, tinham mais bandas, menos divulgação por não ter internet, mas as pessoas eram mais atentas e tinham mais seletividade, hoje em dia a grande massa ouve de tudo e não procura conhecer de nada, então na minha opinião a internet veio pra ajudar demais a parada, mas não são todos que a usam da forma q se deve usar.


-Onde vocês se vêem e querem estar daqui há 10 anos? 
Michel Laroni: Como conjunto , eu desejo que os airados daqui a 10 anos estejam juntos, se divertindo e tocando suas músicas pelo país e pelo mundo afora. desejo especialmente que nosso trabalho seja reconhecido pelo público e que possamos continuar compondo e nos expressando e com a musica poder tocar as pessoas. Porque Júlia, eu entendo a música não só como uma forma de entretenimento, uma diversão. Eu vejo a música como uma bela forma de transformação das pessoas.


-A questão família, apoiam ou discordam?
Michel Laroni: Toda família quer o melhor para seus filhos. No início sempre ficam reticentes, desconfiados, mas depois que as coisas começam a se mostrar viáveis, o apoio vem.
Joao VictorInicialmente, há muito tempo atrás, no fim da minha adolescência, quando comecei a tocar guitarra e algum tempo depois, havia uma grande resistência à idéia de viver de música. Nada mais natural e sensato, embora não conseguisse ver isso dessa forma naquela época. Mas as pessoas amadurecem, os projetos amadurecem, os que não tem consistência ficam pelo caminho, e o que sobra é algo mais concreto e essencial. Há algum tempo recebo todo o apoio possível para qualquer coisa dos Airados e minhas outras empreitadas musicais. Meus pais, tios, primos, irmãos todos adoram música e sempre estão presentes nos shows. Até minha sobrinha linda de 9 meses foi ao nosso show!
Rodrigo Espinola: Isso é um assunto complicado, aqui em casa meu pai "apoia" mas pq ele ja viu q não vai mudar muita coisa a forma de ele pensar sobre a musica, hoje ele tem apoiado cada vez mais, e sinto que cada vez mais que ele ve um retorno dos airados como o clipe q rolou no SBT ele vem acreditando mais, mas sempre foi um problema no passado, e sempre será até ele vir um retorno seguro, afinal de contas ele so teme a incerteza do ramo musical.

-Todos são pernambucanos, então o que vocês pensam sobre o cenário musical pernambucano de hoje?
Gabriel Morais: O cenário pernambucano, em termos musicais e na minha opinião, é bastante carente de opções..Em termos por culpa das pessoas, que não valorizam bandas autorais e lugares novos como poderiam. Vemos bandas boas surgindo, com ideias legais e originais, mas sem sucesso por não ter público presente e constante. Consequentemente, a quantidade de shows é limitada, tornando a cena mais fraca.
Joao Victor:  Acredito que nunca ouve tantas boas bandas, com estilos tão variados e interessantes. Psicodélicas, hardrock, "regional", black music, rock n roll... temos de tudo no nosso atual cenário. E a maior parte delas é incrivelmente competente e criativa. Infelizmente, os espaços disponíveis para apresentações regulares dessa atual cena, não é, nem de perto proporcional a quantidade de boas bandas, sérias e com grande potencial, que temos por aqui. E estou considerando Recife, a capital. Porque se formos considerar também as principais cidades do interior, aí é que a coisa fica impossível. Resumindo, temos muitas bandas incríveis mas pouquíssimos locais dispostos a apostar numa proposta nova ou afim de fomentar, verdadeiramente, o cenário musical independente.

- Vocês pensam em fazer algo envolvendo a nossa cultura?
Joao Victor: Espero que futuramente consigamos agregar elementos artísticos-culturais pernambucanos/nordestinos à nossa proposta artística. O baião, o maracatu, o côco, o repente, estão no nosso sangue, no nosso subconsciente. Nesse primeiro momento, seguimos naturalmente para uma sonoridade mais "rock universal", mas realmente espero que agreguemos à nossa produção artística elementos de nossa cultura, tanto nas composições musicais, quanto na estética visual. Adoramos Ednardo, Ave Sangria, Luiz Gonzaga, Nação Zumbi, Alceu Valença etc... Não vejo a hora desses elementos começarem a fluir de nossas cabeças...




É isso aí, gente. Para os que gostaram do som da banda: sortearemos dois CD's e uma camisa para vocês, os que tiverem interessados só precisam dar uma passada la no facebook, curtir a página da gente, curtir a página da banda e lá na nossa página, em um post específico que já já será publicado, dar ideias para um novo bloco de postagens aqui, usem a criatividade e boa sorte! Maiores informações serão dadas lá no facebook. 


Júlia Luna

De morena tropicana à estudante de letras. Torcedora rubro negra e leitora do mundo. Faço da vida um carnaval, e da minha cultura a minha fé. " A palavra é meu domínio sobre o mundo".

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