quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Bloco Cultural- Edição Política na viola

Quem disse que futebol e música não se misturam? Jorge Ben Jor misturou muito bem seu Fio Maravilha. Existe fronteira com política e futebol? Muitos candidatos a vereador quebram as fronteiras apelando aos seus clubes por votos ( assim é feita a eleição no Recife). Mas será que a política bate de frente com a música? Em uma época como a nossa, creio que não, hoje muitos têm a graça de possuir uma mente aberta, e de poder se expressar. Mas na década de 60, quando o Brasil sofreu um golpe em sua plena época de movimentos politico-sociais, engajados em massa por estudantes; tudo foi reprimido. Movimentos, pensamentos, ideais, respiração, ensino escolar, arte: música. O que é uma sociedade sem conseguir expressar seu sentimento de época? Do que seria a sociedade sem seu romantismo, seu realismo ou barroco, sem a seu estilo de época? O que é um país sem música, leitura ou cor? São perguntas que não consigo responder, mas a história pode dar exemplos.

Ditadura militar não foi uma época fácil, um golpe e tudo é derrubado. É como se alguém não deixasse você escrever sua resenha sobre um filme, ou não ter direito de falar em meio a uma roda de amigos.Imagine proibir seu meio de diversão? Pois foi por isso que implantaram a DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas), principalmente para reprimir os movimentos de esquerda. Mas claro que em qualquer época, há os contra regristas. Como na escola há o aluno rebelde, no trabalho há o cara que faz tudo de forma diferente, e na ditadura havia os músicos. Não podendo mais expressar suas opiniões, diversos músicos começaram a escapar da Al-5 (promulgação que censurou a arte) escrevendo letras com entrelinhas. Não sei como não me exaltar ao falar da genialidade desses cabras da peste, que tipo de pessoa falaria da repressão da ditadura subliminarmente em uma música? Chico Buarque com Apesar de você e outras muitas obras, mostrou.

Mas assim como o grande Chico, outros artistas se arriscaram a testar suas genialidades, como por exemplo Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Milton Nascimento, Torquato Neto e entre outros grandes, que realmente lutavam por seus direitos de liberdade de expressão, enquanto outros tentavam agradar a ditadura cantando "meu calhambeque bi-bi".

E é em meio a história do brasil e da música popular brasileira, que vamos misturar politica com música no blog. O bloco cultural em época de eleições abordará você com histórias e curiosidades dessa época. Mostrar como a Tropicália foi tão odiada, ou como Chico se tornou o inimigo preferido do governo. Mostrar como muitos foram exilados, ou usaram outros nomes para poder passar pela censura, não desistindo e continuando a acreditar que o amanhã seria outro dia!






Júlia Luna

De morena tropicana à estudante de letras. Torcedora rubro negra e leitora do mundo. Faço da vida um carnaval, e da minha cultura a minha fé. " A palavra é meu domínio sobre o mundo".

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